sábado, 28 de dezembro de 2013

releituras ouvidas


Talvez eu seja uma das poucas pessoas que realmente considera a família uma parte fundamental da nossa vida. Não pensamos muito bem nisso, mas todos nós temos um conjunto de pessoas que podemos nos relacionar de diversas maneiras, encontrar apoio, carinho, conselhos, fofocas e intrigas. E essas pessoas, no geral, não somem das nossas vidas.

Elas permanecem, conhecem-nos a alguns anos, talvez todos os anos, e nos viram crescer, comer minhoca e tatu no vaso de plantas ou do parquinho do bairro, nos viram cair de bicicleta, de patins e de skate e no meu caso, riram de todas as quedas, as vezes choraram depois, mas só depois. 

"Eu brindo à casa, brindo a vida.. aos meus amores e a minha família!!''. Brigamos, nos odiamos, nos amamos, nos entendemos, com nosso próprio dialeto baianês-paulistano, e no fim estamos aqui um para o outro e um pelo outro. As pessoas deveriam dedicar muito tempo certificando-se de que tudo está indo bem com sua família, pois são Mar de gente onde nos sentimos por inteiro.

Mas isso pode não ser tão fácil de conseguir em alguns casos. Mas você sai em desvantagem se você não tiver fé. E sabemos que Nem sempre se pode ter fé, Quando o chão desaparece embaixo do seu pé. Mas acredito que todo sacrifício é válido nesse quesito. Alguém tem que fazer, e Nem sempre a fraqueza que se sente quer dizer que a gente não é forte, lute para ser o agente da mudança na sua vida, isso é sensacional. 

Então, !!!!  !!!! !!!! !!!!! 


"Vai na marra, vai na garra, vai em frente.
E se agarra no seu sonho com unhas e dentes.
Pra saber o que é possível é preciso que se tente conseguir o impossível, então tente! "


Pow Gabriel, sempre ouço suas canções e me impressiono com a direcionalidade de suas letras. Mais na cara da sociedade é impossível. Porém, você vem fazendo isso durante anos e nada tem de fato mudado. Será? Penso estar enganado. Isso me deixa intrigado e entristecido, pois Sou um grão de areia no olho do furacão, em meio a bilhões de grãos e a escrita anonimática é a unica forma de expressão que eu possuo com o meio externo.

Porém o amigo Raul dirá que a ''Canção não está perdida '' e concordará com os colegas dO Rappa dizendo " tenha fé em Deus e tenha fé na vida!''.  E como há muito tempo a vovó já dizia, "Nunca se vence uma guerra lutando sozinho." Porém, como é típico do seu Raulzito que vive fugindo de minhas perguntas:

"Não me pergunte por que

Quem-Como-Onde-Qual-Quando-O Que?
Deus, Buda, O tudo, O nada, O ocaso,
Como o cosmonauta busca o nada, o nado, o nada
Seja lá o que for, já é."


Sujeito receoso e temeroso de ir de encontro ao azar. Mas te entendo, não deve existir respostas prontas para esse tipo de situação, cada um tem que encontrar as suas respostas. Sabemos que essas são Palavras Repetidas, mas quais são as palavras que eu mais quero repetir na vida?

- Felicidade?
- Amor?
- Paz?
- Conquistas?

Não faço ideia do que você quer senhor Gabriel, muito menos dos senhores dO Rappa, quem dirá de você grande Raul. Mas eu sei que eu gostaria muito de ouvir a música singular de uma família feliz.

domingo, 17 de novembro de 2013

silêncio no morro

Durou pouco, mas ocorreu!
Acredite se quiser.
A Terra parou e até se encolheu,
ao perceber que conseguíamos ouvi-la.
E eu, tentava entender.

O Vento na janela passava,
e me disse que a muito tempo não falava.
Por falta de oportunidade e de interesse,
daqueles que um dia ouviam os seus conselhos e apelos.

Me confessou que a Chuva também estava triste,
por mais que caísse forte, e continuasse com sua voz paterna
para nos dar aquela bronca,
aqueles gritos que outrora estremeciam a todos.
Que nos obrigava a ficar em casa, a não segurar em metais,
a não utilizar facas, a desligar todas as luzes e aparelhos,
que nos reunia na sala, com os pais e avós,
que nos fazia pensar nos nossos erros.

Ninguém a escuta mais.
Ninguém se importa mais, não há mais respeito.
Como um bom pai que no fim de toda bronca passa a mão na cabeça do filho,
a Chuva nos presenteava com bons arco-íris,
que rejuvenecia a alma e nos dizia:
''Espero que tenha aprendido a lição".

Hoje a Chuva chora triste no morro,
E não faz mais questão de mostrar preocupação alguma conosco.

O Vento que é muito esperto e sempre muito bem informado,
me disse que o Sol está igualmente desolado.
Por mais que o grandioso tente nos informar,
a respeito dos danos que estamos a causar,
só olhamos para os lucros da vida passageira.
E como bem disse o Vento, tudo isso os parece uma tremenda besteira.

O papo estava excelente,
pena que o povo acordou,
e novamente, não fizeram questão de saber,
o que tanto o Vento falava,
por que tanto a Terra tremia,
o que tanto a Chuva gritava,
por que tanto o Sol se escondia.

E em nome daqueles que também se preocupavam,
eu os disse,
Espero que tenham um bom dia.

 



sábado, 16 de novembro de 2013

desumanizar

Em plena era da informação constata-se que uma boa parte dos universitários brasileiros, 38% desde o ultimo senso em 2012, estão se formando em analfabetismo funcional. Um absurdo ainda maior ocorre em outro nível de analfabetismo ou da falta de caráter, os universitários foram todos despolitizados e até mesmo desumanizados.

Atualmente com a chegada dos médicos cubanos essa situação ficou ainda mais evidente. Talvez esse fato seja consequência do capitalismo que transforma a vida moderna em uma eterna caça a céu aberto, onde as presas e predadores são exatamente as mesmas pessoas.

Estudar em uma Universidade hoje é uma mistura de status inflador de ego, trampolim politico, ascensão social individual, fuga para postergar responsabilidades financeiras, diversão e talvez por último e bem por último, a Universidade sirva para promover o conhecimento, e sendo ainda mais utópico poderíamos mencionar a formação de cidadãos críticos.

Talvez a vida das pessoas esteja mesmo sendo mediada pela imprensa. Porém é evidente que existe uma corrente quase mundial na busca pela qualidade de vida. Alguns parâmetros foram criados e associados diretamente com essa tal qualidade de vida almejada por todos como, por exemplo, a quantidade de arvores por metro quadrado na sua cidade, a quantidade de carros na sua vizinhança, a quantidade de salada que você come, a quantidade de horas que você dorme, a quantidade de horas que você trabalha e por ai vai. 

Quem vive no RS é muito mais feliz do que 
quem vive em São Paulo e isso é um fato.
Com base nesses parâmetros consegue-se dizer que a qualidade de vida em São Paulo é pior do que em Gramado no Rio Grande do Sul. Sendo assim, a meta dos novos profissionais é atingir esses patamares com tudo o que eles dão direito. A visão do futuro esta completamente condicionada ao momento em que nos vemos dentro desses moldes e essa atitude gera diversos problemas que pode começar na própria definição de qualidade de vida.


Entendo que a necessidade de se trabalhar pouco para viver melhor signifique que eu trabalho fazendo algo que eu não gosto, mas sou obrigado a pagar com anos da minha vida o preço necessário para atingir um ponto em que eu não serei mais 'obrigado' a trabalhar. E finalmente, poderei viver o que eu quiser viver. 

O quão ilógico parece isso? Mas isso acontece, pois quando eu me aposentar é que vai ficar bom, afinal a vida começa nos 60 não é mesmo?

Outro problema grave está relacionado com o comportamento desses profissionais no decorrer de suas vidas. Para que eu vou fazer um bom trabalho se eu vou receber no fim do mês do mesmo jeito, pensariam os funcionários públicos concursados do nosso país. Para que vou reclamar das injustiças sociais se minha aposentadoria já está garantida? Para que eu vou me importar com a vida desse morador de rua se eu posso doar R$ 100,00 quando a Globo fizer sua campanha?

Eu até ajudaria se tivesse tempo.!

Creio que a falta de interesse na profissão e sua consequente apatia a tudo acaba sendo o maior causador da falta de competência em diversas carreiras públicas principalmente. Afinal, quando você está fazendo o que gosta, você faz bem feito, já dizia a minha avó. 

Talvez essa tal qualidade de vida é o que está tornando a vida da gente tão ruim. Acredito que essa crise contemporânea seja um fator que deve ser melhor investigado por cada um de nós. Ainda acredito que vamos conseguir fazer com que a vida de qualidade se sobressaia a qualidade de vida. 



    

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Mediando

Por incrivel que parece são poucas as pessoas que se revoltam de fato com a midia. Mais raro ainda são aquelas que entendem qual o papel da midia e porque é tão perigoso deixar que as coisas permaneçam assim.


Quem já parou para pensar na quantidade de coisas que ocorrem no mundo ou mesmo em suas cidades que não são noticiadas. Você já se perguntou porque o Jornal da noite selecionou a imagem de uma criança que supostamente assassinou sua familia para ser exibida no lugar da garota de origem humilde que conseguiu vencer na vida e hoje ajuda os necessitados com cestas básicas?

Não tenho uma resposta simples para isso. Por definição se um problema é simples ou você não o entendeu direito ou não podemos considerá-lo um problema de fato. Porém, pensar sobre essa questão é um exercicio muito útil para todos. As novelas, os desenhos animados, os filmes, as reprises, os programas de auditório, as palhaçadas, os humoristas, as igrejas, os telejornais e os canais de venda são de certa forma uma síntese de primeira ordem do que é exibido na telinha da TV todos os dias.

Então poderíamos concluir que esses são os pilares do interesse publico? Tudo que ocorrer dentro do país e no mundo vai se encaixar em uma dessas grandes categorias ?. Isso de fato já é um problema, eu não vejo espaço para a divulgação do conhecimento, por exemplo, que é algo importante e tem uma participação quase nula nos canais de televisão.

Mas além dessas categorias contribuirem para uma estrutura completamente engessada ainda temos diversos outros problemas. Os telejornais por exemplo nos informam das principais noticias da cidade, estado, país ou mundo. Porém todos os dias é possível se questionar ao assistir qualquer telejornal se aquilo era o fato mais importante mesmo que ocorreu hoje.



Saber como vive o milhionário Cilano é tão importante assim? Por que? E quem arrisca sua vida todo dia para trazer alimento para os filhos dentro de casa. Por que nenhum dos milhões que compõem essa classe ganham titulo de noticia publicavel ?

Somos completamente influenciados pelo conteúdo midiático da televisão. As novelas são catequezes, os telejornais são parciais quanto a temas sérios e completamente futeis em relação ao resto, as igrejas bricam com a religiosidade de pessoas de bem e sem nenhuma piedade pisam em pessoas desesperadas e desamparadas pelo Estado e ou familiares.

Além disso, temos os jogadores de futebol, basketball, os pilotos de carros, os narradores, os apresentadores, os artístas, os politicos e cia, que recebem salários abusivos e por quê? Quem decidiu que seria assim? Qual o sentido de pagar bilhões de reais para um rapaz correr em um gramado de futebol e deixar que a saúde na Africa seja combatida por instituições de caridade que contam com a bondade de cada voluntário para ir trabalhar de graça nas condições mais desumanas do mundo.

Observamos que os valores morais e éticos podem ser facilmente subvertidos com o tempo. Ainda, não sei porque muita coisa acontece e acredito que a grande maioria também não entenda muitos desses processos. Pois, assim como todo mundo, nós também pegamos o bonde andando. Mas já chegou a hora de usar o freio de emergência, pois já estamos na beira do abismo, e acredite, não vai ser fácil parar esse trem.




domingo, 3 de novembro de 2013

nunca tem fim

É bem possível
Mesmo não entendendo o porque algumas pessoas tem a necessidade de dominar outras, vejo que depois de um tempo percebemos que a vida é incrivel. Isso não quer dizer de forma alguma que devemos aceitar a dominação e as desigualdades atuais, mas a partir do momento que sentimos a necessidade de viver e estar vivo, tudo passa a ser visto com outros olhos.

Perder-se no meio do caótico dia-a-dia de uma cidade grande é inevitavel para quem não estiver atento as armadilhas geradas pelo sistema que consciente ou inconscientemente nos obriga a acreditar em verdades ilusórias que nos distanciam ainda mais de uma vida feliz e proveitosa.

É necessário que se tente. Devemos tentar e errar, mas acima de tudo deve-se estar disposto a aprender com esses erros, ouvir opiniões alheias com mais cuidado e consideração. Recentemente eu passei a buscar por significados em religiões e também em areas da filosofia a fim de acalmar um pouco as ideias que eu passei a ter a respeito do que eu estava fazendo por aqui.

As respostas não caem do céu.
Eu acho interessante observar que as pessoas que crêem em algo, e que dizem saber de algo e tentam nos convencer daquilo, falam como se fossem imunes aos mesmos problemas que elas propõem solução. Por muitas vezes me senti um pouco hipócrita por questionar o que eu lia de uma determinada pessoa por parecer que ela sabia mais do que todo mundo. Quando na verdade eu faço o mesmo ao defender meu ponto de vista.
O que faltava para mim era refletir sobre o que estava sendo dito e principalmente não se importar com quem estava dizendo e começar a aplicar aqueles conceitos na minha vida, sob a minha perspectiva.

Eu encontrei coisas maravilhosas em vários locais, mas eu sou proibido por meus ideais a pregar a favor de uma teoria X ou Y, pois penso que cada pessoa deve ser livre para crer no que quiser. E tenho como principio instigar a pesquisa, a curiosidade, a busca por conhecimento e informação.
Quem sabe um dia nós não acabamos encontrando uma solução menos utópica para resolver os problemas da nossa comunidade ?



quinta-feira, 24 de outubro de 2013

impressões

andando pelas ruas do bairro,
me insiro em uma realidade controversa demais.
Ruas esburacadas, estreitas, fedidas e mal iluminadas,
mas ninguém se importando com isso
ninguém se importa em ter vizinhos nas 3 direções e dividir sua vida com os mesmos
através das finas paredes de concreto barato.

Crianças correm sem direção pelo meio da rua,
e são felizes sem saber.
os cachorros imundos largados na rua, se deitam ao meio fio,
esperando os ossos das carnes dos bares lotados.

Motos voam sem pensar na morte que as aguardam na próxima esquina,
quanto mais barulho fazem, mais atenção chamam
mais incomodado ficam os de fora,
e aumentam ainda mais os egos,
dos que imploram por serem notados.

O comodismo é surreal e amedrontador,
eles não tem nada,
estão no nada, mas assim está bom.
Colocam suas motos para fora de casa,
ocupando 1/3 da rua esburacada,
ligam seus rádios o mais alto possível,
impondo aos seus 6 vizinhos diretos o que eles devem ouvir e pensar nas próximas horas.

A música, ah a música. O que foi que fizeram com você ?

A ilusão de que estão fazendo o melhor de suas vidas,
é nítida.
São mal pagos, trabalham em más condições, sem nenhuma perspectiva de melhora,
mas com o pouco que tem,
fazem questão de investir tudo em porcaria,
tênis, roupas, acessórios inúteis, carros, motos, sons ...
Mas será que podemos unicamente culpá-los ?

Verdade é que podemos discutir a teoria da evolução social desses grupos,
por horas,
sem chegar a uma conclusão prática,
uma solução definitiva.
Se eu perguntar a grande maioria deles se querem mudar,
receberei um sim,
querem mudar é claro! Mas,
Para pior!
Querem mais dinheiro, para trabalhar ainda menos, e gastar ainda mais com as mesmas coisas,
são limitados a enxergarem o mundo com um zoom muito grande.

Desfocaram os objetivos de cada um,
e todos almejam o mesmo ideal.
Um ideal que não vale apena ser buscado,
uma falsa causa, sem significado algum.
Os culpados também estão por todos os lados,
lutando por causas igualmente falsas e insignificantes.

viver é complicado,
seja do lado de lá ou de cá.
Sigo a caminho da padaria,
aqui ainda consigo comer com 2 reais.