domingo, 17 de novembro de 2013

silêncio no morro

Durou pouco, mas ocorreu!
Acredite se quiser.
A Terra parou e até se encolheu,
ao perceber que conseguíamos ouvi-la.
E eu, tentava entender.

O Vento na janela passava,
e me disse que a muito tempo não falava.
Por falta de oportunidade e de interesse,
daqueles que um dia ouviam os seus conselhos e apelos.

Me confessou que a Chuva também estava triste,
por mais que caísse forte, e continuasse com sua voz paterna
para nos dar aquela bronca,
aqueles gritos que outrora estremeciam a todos.
Que nos obrigava a ficar em casa, a não segurar em metais,
a não utilizar facas, a desligar todas as luzes e aparelhos,
que nos reunia na sala, com os pais e avós,
que nos fazia pensar nos nossos erros.

Ninguém a escuta mais.
Ninguém se importa mais, não há mais respeito.
Como um bom pai que no fim de toda bronca passa a mão na cabeça do filho,
a Chuva nos presenteava com bons arco-íris,
que rejuvenecia a alma e nos dizia:
''Espero que tenha aprendido a lição".

Hoje a Chuva chora triste no morro,
E não faz mais questão de mostrar preocupação alguma conosco.

O Vento que é muito esperto e sempre muito bem informado,
me disse que o Sol está igualmente desolado.
Por mais que o grandioso tente nos informar,
a respeito dos danos que estamos a causar,
só olhamos para os lucros da vida passageira.
E como bem disse o Vento, tudo isso os parece uma tremenda besteira.

O papo estava excelente,
pena que o povo acordou,
e novamente, não fizeram questão de saber,
o que tanto o Vento falava,
por que tanto a Terra tremia,
o que tanto a Chuva gritava,
por que tanto o Sol se escondia.

E em nome daqueles que também se preocupavam,
eu os disse,
Espero que tenham um bom dia.

 



Um comentário:

  1. Excelente texto!! Qtas metáforas boas para a chuva! Começo a vê-la com outros olhos agora.

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